A você, mulher inebriante!
Olhar afetuoso, sublime, esgueirado entre corpos esquecidos nos afazeres de trabalho,
perdura em minha direção, curioso, abstraído em desejos contidos.
Sorriso suave feito pluma que escreve no ar histórias possíveis,
fantasias não realizadas,
beijos perdidos em futuros incertos,
realidade esvaziada de bocas desencontradas,
marcadas por escolhas bifurcadas entre ela e eu.
Lampejo do passado que viaja pelo tempo espiralado,
antes e agora se misturam no encontro de olhares cálidos,
reconexão de almas a um toque da dimensão sublime do bem-querer,
dilui-se no tempo contado pelo relógio até o horário do adeus.
Caminha pelo salão lotado,
às vezes me olha de lado,
olhar introvertido que somente corpos afins entendem o significado.
Paixão repentina, perdura ou somente escreve na memória breves instantes eternizados?
Olha-me nos olhos, perdendo-se em anseios, enquanto seu corpo reprime um abraço,
pois o seu sentimento seria revelado, mediante o calor de corpos entrelaçados.
Sorriso de um talvez, abraço contido na despedida,
carrega o desejo apertando o coração.
Seria tudo ilusão? Ou seria disfarce, bloqueando a curiosidade que antecede a paixão?
Lá vai ela, a mais bela, subindo as escadas, acompanhada da nobreza de sua simplicidade.
Que os momentos felizes te acompanhem em toda a tua jornada, meiguice sublime, coração de jasmim, encanto inebriante, sentimento sem fim.
Poema publicado na Barbante - Revista Literária, ISSN 2238 -1414, Volume XIII – Núm. 132 – 06 de dezembro de 2025, p. 75-76.
Link da Revista: https://revistabarbante.com.br/wp-content/uploads/2025/12/Volume-XIII-Num.-132-06-de-dezembro-de-2025.pdf
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