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sábado, 31 de maio de 2025

Reencontro de Sinas


Ondas modulares desenham contornos solitários no mar,

barcos desaparecem no horizonte nublado,

engolidos pela atmosfera misteriosa

da natureza incógnita.

Procuro seu rosto em nuvens de sonhos,

contornadas por luzes solares

que desenham um arco-íris de desejos

na imensidão azul,

aquecendo sentimentos

e semeando esperanças.

Horizonte nublado ou imensidão azul,

sorte nas cartas de baralho,

escolha intuitiva

entre o cinza e o blue.

Vaga memória de episódios corriqueiros,

fantásticos apenas para aventureiros,

sina marcada por desvios de rota,

na busca incerta por respostas.

Ângulo de observação impreciso,

painel sinalizando perigo,

chuva torrencial castiga a embarcação

de modo imprevisto.

Tufão de saudade,

movimentos de sensações caudalosas,

arrebata o foco da tripulação:

conquistar territórios?

Dança com ciúmes da Lua,

o Destino,

esperando o pôr do sol,

gira, fazendo redemoinhos no mar,

conta o tempo nas espirais da água

salgada feito lágrimas.

Burla a vigilância do medo,

desconstrói o apego

num reencontro de sinas,

em linhas imaginárias do coração.


Poema publicado na revista LiteraLivre, Vol. 9 - nº 51 –Mai./Jun. de 2025. 

Link de acesso para a revista: https://drive.google.com/file/d/1JCOHZwOwIshMB7HgfZNZ8f4Nko2Q78qV/view