Nos abrigos antiaéreos
de bombas imaginárias,
você permanecia enlutada,
escondida de sua própria fantasia,
por receio de viver
uma realidade vazia,
de sentido raso,
de afetos falsos.
Nas masmorras de sua mente,
onde os pensamentos são as sombras de sua tormenta,
você permanece cercada
de angústia por todos os lados.
Nos desertos de extensões infinitas,
onde a sua miragem é uma despedida,
seu orgulho é engolido por tempestades de areia,
desaparecendo na poeira.
Nos portos cheios de navios atracados,
o seu barco está ancorado
do lado esquerdo do cais,
isolado,
perdido entre embarcações fantasmas,
encoberto pelo nevoeiro
feito um esqueleto
em uma sepultura aquática.
Imagem de Artie_Navarre por Pixabay