Tentei atenuar o ruído das divagações
que faziam barulho na minha mente,
que saudavam o ilógico
como algo coerente.
Relutei em abnegar as palavras
distorcidas e mal interpretadas,
atiradas em alvos predeterminados
feito balas de borracha.
Dissipei a imensidão do sentimento
nas nuvens disformes,
em imagens sem sentidos
e em representações desconexas
numa realidade delirada.
Queimei as cartas que rogavam pedidos de desculpas.
Apaguei as velas
que tremeluziam na sala escura
e sai ao vento,
pelas veredas do meu pensamento.
Poema publicado na Coletânea Enluaradas “Se Essa Lua Fosse Nossa”, organizada por Marta Cortesão e Patrícia Cacau, 2021.
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