Disseram-me que eras silêncio,
eu não pude acreditar,
procurei,
perdida na tua ausência,
rastros de tua presença
na esperança de um dia te encontrar.
Contaram-me que eras despedida,
desesperada,
percebi que a tua missão foste cumprida,
dignidade e generosidade
traços de espíritos elevados,
imaculados em suas jornadas,
enviados pela Divindade
para ensinar
almas descrentes de humanidade
a amar.
Gritaram-me, aflitos,
que tinhas morrido,
chorei a saudade contida
no significado do "nunca mais".
Saudade do que se desfez,
de tudo o que o tempo levará,
das manhãs de alegrias agitadas,
das tardes sonolentas,
aconchegadas em realidades esperançadas
e das noites esquecidas em sonhos de viver.
Saudade do que para sempre se foi,
das histórias,
agora,
transformadas em cinzas,
do pão doce no café da tarde,
das tuas risadas festivas
e dos comentários divertidos sobre a vida cotidiana.
Saudade da casa cor-de-rosa,
do cachorro te espiando
através da porta semiaberta,
da música diária,
da tua voz cantarolando,
do cheiro da tua comida
e da tua presença encantada,
abençoando cada ser por você amado.
Saudade,
palavra dolorida,
associada a tua ausência,
eternizada na despedida
da mãe querida.
Mãe, Anjo de Deus, obrigada por tudo!
Poema publicado na Revista LiteraLivre, V. 6, N. 35, Set./Out. de 2022, p. 83.
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